

Milton Viola Fernandes (Millôr Fernandes)
Patrono - Cadeira: 80
Milton Viola Fernandes, nasceu em 16/08/1923 e por descuido dos pais só acabou
registrado quase um ano depois, e data de nascimento oficial o dia 27 de maio
de 1924 na cidade do Rio de Janeiro, subúrbio Carioca do Méier. Filho de
imigrante espanhol Francisco Fernandes e da brasileira Maria Viola
Fernandes, foi um escritor, humorista, jornalista, cartunista,
dramaturgo e tradutor brasileiro, nascido no Rio de Janeiro. Registrado como
Milton Viola Fernandes, mudou o próprio nome após um erro de cartório, adotando
“Millôr” definitivamente. Desde jovem, demonstrou grande talento para o desenho
e a escrita, iniciando sua carreira aos 14 anos na revista O Cruzeiro, onde produzia charges e textos sob o
pseudônimo “Vão Gogo”. Sua inteligência afiada e humor peculiar rapidamente o
tornaram um dos nomes mais reconhecidos da imprensa brasileira.
Na
década de 1960, Millôr se consolidou como uma das vozes mais críticas e
criativas do país. Em 1969, participou da fundação do icônico jornal O Pasquim, ao lado de Jaguar, Ziraldo, Paulo
Francis e outros nomes importantes da cultura brasileira. O semanário tornou-se
símbolo de resistência à ditadura militar, usando a sátira e o humor como ferramentas
de contestação política. Millôr, com sua ousadia e independência intelectual,
ganhou fama de provocador e livre pensador, nunca se submetendo a partidos ou
correntes ideológicas, o que reforçou sua imagem de intelectual irreverente.
Além
de jornalista e cartunista, Millôr destacou-se como dramaturgo e tradutor.
Escreveu peças de grande repercussão, como "Um
Elefante no Caos" (1960) e "Liberdade,
Liberdade" (1965), esta última em parceria com Flávio Rangel, que
marcou época no teatro brasileiro. Também foi responsável por traduções
consagradas de obras clássicas de Shakespeare, Molière e Brecht, com uma
abordagem inovadora e adaptada ao contexto brasileiro. Sua habilidade com a
palavra, tanto no humor quanto no teatro, fez dele um dos mais versáteis
escritores de sua geração.
Ao
longo de mais de sete décadas de produção, Millôr construiu um legado que
atravessa fronteiras entre gêneros e linguagens. Autor de livros, aforismos e
reflexões filosóficas, tornou-se referência para humoristas, escritores e
intelectuais brasileiros. Seu humor irônico, aliado a uma profunda capacidade
de observação da sociedade, fez dele uma voz única na cultura nacional. Millôr
Fernandes faleceu em 27 de março de 2012, aos
88 anos, no Rio de Janeiro, deixando uma obra vasta, atemporal e essencial para
compreender o Brasil e suas contradições.
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